Heloísa Helena sai em defesa de Marina Silva
Ex-senadora Heloísa Helena, que hoje é filiada ao partido Rede Sustentabilidade (partido que ela ajudou a fundar) e também presidente da Fundação Rede Brasil Sustentável (programa de seminários em várias regiões do país), saiu em defesa da companheira de longa data em entrevista à Folha de São Paulo.
SOBRE MARINA SILVA
Folha - Ela é candidata a presidente?
Heloísa - É. Ela sabe que existe necessidade nacional de um programa que se articula em torno da luta dela. Estará disponível para essa tarefa.
Folha - Como é a relação com ela?
Heloísa - Somos muito amigas, com temperamentos totalmente diferentes. Dá certo porque há respeito. Em algumas coisas estamos profundamente irmanadas e em outras divergimos. O que nos une é maior do que o que nos separa.
Folha - Marina é criticada por "sumir" fora da época de eleição, o que ela rebate. Como vê isso?
Heloísa - Muitas vezes eu a vi se pronunciando sobre fatos e não sair em todo canto. Aí dizem: "Ah, ela não foi para Mariana. Mas se fosse diriam: "Tá lá a demagoga, pisando na lama e nos corpos soterrados para fazer campanha eleitoral". Ela monitorou todos os dias, preocupadíssima.
Ninguém agrada a todos ao mesmo tempo. Se falam até de Marina, imagina de mim, que sou considerada bruta, agressiva, histérica, louca e outras coisas mais.
Folha - Marina se ressente do que chamou de um ataque agressivo a ela na eleição passada. O que a sra. espera de 2018?
Heloísa - Máquina de moer gente, sonho e dignidade. Marina sofreu muito. Teve ataques, mentiras. Mas está disponível. Vai enfrentar essa tarefa com altivez e dignidade.
Folha - Acredita na vitória de Marina?
Heloísa - Nós trabalhamos para, né? Marina não se considera no campo de batalha. Por isso ela é a pessoa mais adequada para unir o Brasil. O que criticam no temperamento de Marina deveria ser enaltecido, que é justamente a capacidade dela de dialogar com os setores da sociedade.
SOBRE A REDE SUSTENTABILIDADE
Folha - A sra. se sente bem na Rede?
Heloísa - Na verdade, estou na Rede por causa de Marina, né? Eu a respeito muito. Não acho que lutas sociais se restrinjam a partidos. Eu não mistifico estruturas partidárias. Ainda bem, porque, se mistificasse espaços coletivos como um dogma sagrado, era muita frustração, né?
Folha - Os seminários da fundação serão a base do programa de governo de Marina?
Heloísa - Nossa intenção é estruturar, até fevereiro, uma plataforma de propostas para o Brasil. Programa de governo tem que ser coordenado pela candidata com seu vice e os partidos que compõem a aliança. A plataforma pode vir a ser incorporada por um programa da Rede ou de qualquer outra organização.
Folha - Ainda se considera esquerdista?
Heloísa - Com certeza.
Folha - E a Rede abriga sua ideologia?
Heloísa - Sim. Se você perguntar a Marina se ela se considera de esquerda, de direita ou de centro, ela vai dizer: "Não, eu me considero sustentabilista".
SOBRE SUA POSSÍVEL CANDIDATURA EM 2018
Folha - A sra. será candidata?
Heloísa - Possivelmente. Marina queria, todo mundo queria que eu mudasse [o domicílio eleitoral] para o Rio ou Brasília. Mudando, não seria eu. Vou ficar em Alagoas, tentar ser deputada federal ou senadora. Nem que seja para perder, como aconteceu outras vezes.
SOBRE O PARTIDO DOS TRABALHADORES
Folha - Como ex-petista, como se sente ao ver o partido agora envolvido em tantas denúncias?
Heloísa - Muita gente acha que comemoro. Não sinto nenhuma alegria. Está se tornando público o que disse no Senado, nas brigas que tive e quando fui queimada na fogueira, na expulsão. Governos de Lula e Dilma não foram de esquerda. Foram de traição de classe, de roubo aos cofres públicos, de articulação com o que de pior há na bandidagem política. Por isso que hoje as pessoas associam a esquerda a roubo.
Heloísa Helena foi vice-prefeita pelo PT (1993-1994), deputada estadual novamente pelo PT (1995-1998), senadora pelo PT e depois pelo PSOL (1999-2006), candidata à Presidência em 2006 pelo PSOL (ficando em terceiro lugar) e vereadora em Maceió pelo PSOL e pela Rede Sustentabilidade (2009-2016).
SOBRE MARINA SILVA
Folha - Ela é candidata a presidente?
Heloísa - É. Ela sabe que existe necessidade nacional de um programa que se articula em torno da luta dela. Estará disponível para essa tarefa.
Folha - Como é a relação com ela?
Heloísa - Somos muito amigas, com temperamentos totalmente diferentes. Dá certo porque há respeito. Em algumas coisas estamos profundamente irmanadas e em outras divergimos. O que nos une é maior do que o que nos separa.
Folha - Marina é criticada por "sumir" fora da época de eleição, o que ela rebate. Como vê isso?
Heloísa - Muitas vezes eu a vi se pronunciando sobre fatos e não sair em todo canto. Aí dizem: "Ah, ela não foi para Mariana. Mas se fosse diriam: "Tá lá a demagoga, pisando na lama e nos corpos soterrados para fazer campanha eleitoral". Ela monitorou todos os dias, preocupadíssima.
Ninguém agrada a todos ao mesmo tempo. Se falam até de Marina, imagina de mim, que sou considerada bruta, agressiva, histérica, louca e outras coisas mais.
Folha - Marina se ressente do que chamou de um ataque agressivo a ela na eleição passada. O que a sra. espera de 2018?
Heloísa - Máquina de moer gente, sonho e dignidade. Marina sofreu muito. Teve ataques, mentiras. Mas está disponível. Vai enfrentar essa tarefa com altivez e dignidade.
Folha - Acredita na vitória de Marina?
Heloísa - Nós trabalhamos para, né? Marina não se considera no campo de batalha. Por isso ela é a pessoa mais adequada para unir o Brasil. O que criticam no temperamento de Marina deveria ser enaltecido, que é justamente a capacidade dela de dialogar com os setores da sociedade.
SOBRE A REDE SUSTENTABILIDADE
Folha - A sra. se sente bem na Rede?
Heloísa - Na verdade, estou na Rede por causa de Marina, né? Eu a respeito muito. Não acho que lutas sociais se restrinjam a partidos. Eu não mistifico estruturas partidárias. Ainda bem, porque, se mistificasse espaços coletivos como um dogma sagrado, era muita frustração, né?
Folha - Os seminários da fundação serão a base do programa de governo de Marina?
Heloísa - Nossa intenção é estruturar, até fevereiro, uma plataforma de propostas para o Brasil. Programa de governo tem que ser coordenado pela candidata com seu vice e os partidos que compõem a aliança. A plataforma pode vir a ser incorporada por um programa da Rede ou de qualquer outra organização.
Folha - Ainda se considera esquerdista?
Heloísa - Com certeza.
Folha - E a Rede abriga sua ideologia?
Heloísa - Sim. Se você perguntar a Marina se ela se considera de esquerda, de direita ou de centro, ela vai dizer: "Não, eu me considero sustentabilista".
SOBRE SUA POSSÍVEL CANDIDATURA EM 2018
Folha - A sra. será candidata?
Heloísa - Possivelmente. Marina queria, todo mundo queria que eu mudasse [o domicílio eleitoral] para o Rio ou Brasília. Mudando, não seria eu. Vou ficar em Alagoas, tentar ser deputada federal ou senadora. Nem que seja para perder, como aconteceu outras vezes.
SOBRE O PARTIDO DOS TRABALHADORES
Folha - Como ex-petista, como se sente ao ver o partido agora envolvido em tantas denúncias?
Heloísa - Muita gente acha que comemoro. Não sinto nenhuma alegria. Está se tornando público o que disse no Senado, nas brigas que tive e quando fui queimada na fogueira, na expulsão. Governos de Lula e Dilma não foram de esquerda. Foram de traição de classe, de roubo aos cofres públicos, de articulação com o que de pior há na bandidagem política. Por isso que hoje as pessoas associam a esquerda a roubo.
Heloísa Helena foi vice-prefeita pelo PT (1993-1994), deputada estadual novamente pelo PT (1995-1998), senadora pelo PT e depois pelo PSOL (1999-2006), candidata à Presidência em 2006 pelo PSOL (ficando em terceiro lugar) e vereadora em Maceió pelo PSOL e pela Rede Sustentabilidade (2009-2016).
Heloísa Helena e Marina Silva |
Helô 2018 e Marina 2018
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