A farsa do discurso antipolítico
Ano vai, ano vem e percebemos que cada vez mais cresce o discurso de que a politica é algo ruim, como se fosse comparada a uma erva daninha. Pois bem, decidi escrever sobre o quão perigoso para a nossa democracia esse discurso pode ser.
Primeiro vamos ao fato principal: a política é justamente a ferramenta mais forte e eficaz de mudança social e econômica, sendo que a podemos definir como: "a ciência da governança de um Estado ou nação e também uma arte de negociação para compatibilizar interesses".
Desde o início de sua aparição na Terra o ser humano busca uma forma de conciliação entre diferentes interesses e só encontramos uma forma justa de se chegar à esse resultado quando surgiu a ideia de "bem comum" - que tanto costumamos ouvir e falar quando o assunto é política.
Dito isso, quem propaga discursos como esse de que "nenhum político e/ou partido presta", de que "são todos corruptos" e de que "é melhor devolver o Brasil para os índios" não quer ou não pensa no bem do Brasil.
A malignidade do discurso antipolítico pode ser expressada pela frase antagônica de Platão: “Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles que gostam”.
Outro fato incontestável é o de que nenhuma conquista do Brasil, ou da humanidade de forma geral, foi obtida por meio de um processo que não fosse o da política.
Foi pelo discurso pró-política que deixamos de ser uma colônia de Portugal, que abolimos a escravidão, que garantimos direitos trabalhistas, que reconquistamos o direito de votar e foi também pelo discurso pró-política que criamos o Sistema Único de Saúde (SUS), bem como a Lei da Ficha Limpa, o Financiamento Estudantil (FIES), o Programa Universidade para Todos (PROUNI), o Sistema de Seleção Uniticada (SISU), e assim por diante.
Também é pelo discurso pró-política que países como França, Alemanha, Noruega e Inglaterra estão adotando políticas públicas em favor do meio ambiente e é por esse discurso que podemos renovar nosso Congresso, tendo assim em mãos o poder - talvez muito mal esclarecido - de redefinir o nosso futuro, porque é como Aristóteles afirmou: "O homem é um animal político".
O debate de ideias, de projetos e a auto-crítica reforçam os princípios de uma República, por isso, precisamos inaugurar uma cultura em que essa proposta seja comum de se encontrar nos bares de bairros, em feiras dos municípios, nas escolas estaduais e em fóruns nacionais.
Existem sim políticos honestos, bem intencionados e competentes, porém, cabe a nós, como cidadãos, pesquisar sobre eles, tirar um tempo para ouvi-los, chamar mais pessoas para conhecê-los e, logicamente, votar naqueles que verdadeiramente são republicanos.
Enfim, para que a sobrevivência da nossa democracia seja garantida é necessário passarmos pelo processo da política, pois é como Florestan Fernandes declarou: "Não existe neutralidade possível: ou se deve optar pelos explorados ou pelos exploradores".
Texto: Daniel Santana
Primeiro vamos ao fato principal: a política é justamente a ferramenta mais forte e eficaz de mudança social e econômica, sendo que a podemos definir como: "a ciência da governança de um Estado ou nação e também uma arte de negociação para compatibilizar interesses".
Desde o início de sua aparição na Terra o ser humano busca uma forma de conciliação entre diferentes interesses e só encontramos uma forma justa de se chegar à esse resultado quando surgiu a ideia de "bem comum" - que tanto costumamos ouvir e falar quando o assunto é política.
Dito isso, quem propaga discursos como esse de que "nenhum político e/ou partido presta", de que "são todos corruptos" e de que "é melhor devolver o Brasil para os índios" não quer ou não pensa no bem do Brasil.
A malignidade do discurso antipolítico pode ser expressada pela frase antagônica de Platão: “Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles que gostam”.
Outro fato incontestável é o de que nenhuma conquista do Brasil, ou da humanidade de forma geral, foi obtida por meio de um processo que não fosse o da política.
Foi pelo discurso pró-política que deixamos de ser uma colônia de Portugal, que abolimos a escravidão, que garantimos direitos trabalhistas, que reconquistamos o direito de votar e foi também pelo discurso pró-política que criamos o Sistema Único de Saúde (SUS), bem como a Lei da Ficha Limpa, o Financiamento Estudantil (FIES), o Programa Universidade para Todos (PROUNI), o Sistema de Seleção Uniticada (SISU), e assim por diante.
Também é pelo discurso pró-política que países como França, Alemanha, Noruega e Inglaterra estão adotando políticas públicas em favor do meio ambiente e é por esse discurso que podemos renovar nosso Congresso, tendo assim em mãos o poder - talvez muito mal esclarecido - de redefinir o nosso futuro, porque é como Aristóteles afirmou: "O homem é um animal político".
O debate de ideias, de projetos e a auto-crítica reforçam os princípios de uma República, por isso, precisamos inaugurar uma cultura em que essa proposta seja comum de se encontrar nos bares de bairros, em feiras dos municípios, nas escolas estaduais e em fóruns nacionais.
Existem sim políticos honestos, bem intencionados e competentes, porém, cabe a nós, como cidadãos, pesquisar sobre eles, tirar um tempo para ouvi-los, chamar mais pessoas para conhecê-los e, logicamente, votar naqueles que verdadeiramente são republicanos.
Enfim, para que a sobrevivência da nossa democracia seja garantida é necessário passarmos pelo processo da política, pois é como Florestan Fernandes declarou: "Não existe neutralidade possível: ou se deve optar pelos explorados ou pelos exploradores".
Texto: Daniel Santana
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